O governo brasileiro criou 10 novos territórios indígenas depois que manifestantes pediram ação na cúpula do clima COP30 em Belém, Brasil.
Esta designação significa que a cultura e o meio ambiente das regiões, incluindo parte da Amazônia, serão protegidos pela legislação brasileira; mas isso nem sempre é implementado.
A medida segue ações semelhantes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo no ano passado reconheceu a propriedade indígena de 11 territórios. A medida final foi formalizada por decreto presidencial.
Isto ocorreu enquanto milhares de pessoas protestavam na conferência anual da ONU sobre o clima; Alguns seguravam cartazes dizendo “linha de demarcação agora”.
No início da semana passada, manifestantes, alguns de grupos indígenas, entraram na cimeira carregando faixas que diziam “as nossas florestas não estão à venda” e discutiram com a segurança.
O reconhecimento anterior das reservas indígenas restringiu a mineração e a exploração madeireira, bem como a agricultura comercial, nas áreas que cobrem, para evitar o desmatamento.
Expandir a área total considerada como terras indígenas poderia evitar o desmatamento adicional em até 20% e reduzir as emissões de carbono em 26% até 2030, de acordo com um estudo da Declaração dos Povos Indígenas do Brasil, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas.
Pages, Panaxó, Pankaya, Pankamba de Olivença.
Uma área se sobrepõe em mais de 78% ao Parque Nacional da Amazônia, parte de uma floresta tropical biodiversa que desempenha um papel importante na regulação do clima global e no armazenamento de carbono.
O anúncio do governo brasileiro ocorreu no Dia dos Povos Indígenas, na COP30, na segunda-feira.
Afirmou-se que nenhuma nova terra indígena havia sido declarada desde 2018, até a posse novamente do esquerdista Lula.
Sob o seu antecessor de extrema direita, Jair Bolsonaro, que incentivou a mineração em terras indígenas, as proteções que lhes eram concedidas muitas vezes não eram aplicadas.
O governo Lula já havia tomado medidas para expulsar garimpeiros ilegais de terras indígenas.
Atualmente, as terras indígenas abrangem 117,4 milhões de hectares; isso equivale aproximadamente ao tamanho da Colômbia, ou cerca de 13,8% do território do Brasil.
Centenas de grupos indígenas vivem no Brasil, de acordo com o censo do país.
A floresta amazónica corre o risco de um novo aumento na desflorestação à medida que se intensificam os esforços para suspender uma proibição importante para a sua protecção. A silvicultura densa e saudável ajuda a retirar carbono da atmosfera.
O carbono libertado pela queima de combustíveis fósseis contribuiu para as alterações climáticas.
Os países reúnem-se na COP30 para chegarem a acordo sobre como se esforçarão para limitar os aumentos da temperatura média global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e mantê-los “bem abaixo” de 2°C.
O Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas afirma que um grande conjunto de provas científicas mostra que um aquecimento de 2 graus Celsius ou mais teria consequências graves, incluindo calor extremo, níveis elevados do mar e ameaças à segurança alimentar.



