Noticias por país

Dezenas de mortos em operação policial em favelas do Rio de Janeiro | Notícias sobre drogas

Pelo menos 60 pessoas, incluindo quatro policiais, foram mortas em uma operação policial no Rio de Janeiro, Brasil, de acordo com relatos da mídia local.

Na terça-feira, o meio de comunicação brasileiro G1 disse que o número de mortos subiu para 64, mas o governo ainda não confirmou oficialmente esse número.

Histórias recomendadas

Lista de 3 itensfim da lista

A operação, destinada a reprimir o tráfico de drogas no norte da cidade, tornou-se a operação policial mais mortífera da história local.

As autoridades disseram que a violência fazia parte de um esforço contra o tráfico de drogas e o crime organizado chamado Operação Contenção.

A quadrilha do Comando Vermelho, também conhecida como Comando Vermelho, foi escolhida como um dos alvos principais. O governo do estado descreveu a operação como a maior já realizada contra o grupo.

“A operação visa combater a expansão territorial do Comando Vermelho e capturar lideranças criminosas no Rio de Janeiro e em outros estados”, escreveu o governador Claudio Castro na plataforma de mídia social X.

Castro disse que cerca de 2.500 policiais participaram da operação policial de terça-feira, alguns equipados com veículos blindados e helicópteros.

A iniciativa se concentrou nos complexos de favelas do Alemão e da Penha, bairros de baixa renda e densamente povoados na periferia do Rio de Janeiro.

As imagens partilhadas por Castro online mostraram veículos blindados patrulhando as ruas e suspeitos algemados no chão.

Pelo menos 56 pessoas foram presas enquanto as autoridades tentavam obter 250 mandados de prisão e busca.

No entanto, os tiroteios durante a operação causaram a morte e ferimentos de dezenas de pessoas e o encerramento de estradas. Relatos iniciais indicam que balas perdidas podem ter atingido transeuntes.

O Comando Vermelho é considerado a principal organização do tráfico de drogas no Rio de Janeiro e detém o poder em alguns dos bairros mais pobres da cidade.

Mas outras organizações criminosas também exerceram influência significativa em todo o estado.

“Sessenta por cento do território do estado do Rio de Janeiro é controlado por gangues de traficantes ou por milícias, que são policiais oficiais que cobram taxas de segurança das pessoas que vivem em favelas”, disse a correspondente da Al Jazeera Monica Yanakiew.

Na década de 1980, o Comando Vermelho emergiu como um ator importante no comércio global de cocaína, colaborando com cartéis e traficantes colombianos na floresta amazônica para distribuir narcóticos ilícitos.

O Brasil ocupa o segundo lugar mundial em consumo bruto de cocaína, atrás dos Estados Unidos.

Mais de 180 mil incidentes de tráfico de cocaína foram documentados no país em 2023, resultando na apreensão de cerca de 130 mil quilogramas (286.600 libras) da droga, segundo dados do governo.

As batidas policiais contra organizações criminosas nas favelas do Brasil não são incomuns e muitas são fatais. Aproximadamente 700 pessoas morreram em operações policiais no Rio em 2024; Essa taxa é de quase duas pessoas por dia.

Uma das operações mais mortíferas ocorreu em 2021, quando a polícia armada invadiu a favela do Jacarezinho, matando pelo menos 25 pessoas.

A Al Jazeera obteve vídeos e imagens na época mostrando casas cheias de buracos de bala e sangue escorrendo pelas ruas das favelas.

Tais cenas levantam preocupações sobre a brutalidade policial e a eficácia de tais operações.

Yanakiew, reportando do Rio de Janeiro, disse que conversou com moradores perturbados pelo derramamento de sangue de terça-feira.

“Estes são alguns parentes muito irritados das pessoas que foram levadas para cá”, disse ele, apontando ao redor. “Dizem que há cerca de 20 corpos no morro e não podem levá-los ao hospital”.

Yanakiew acrescentou que a violência criminosa e o tráfico de drogas deverão vir à tona quando o Brasil realizar as eleições nacionais em 2026.

O atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na semana passada que planeja concorrer à reeleição na próxima disputa, mas enfrentará duras críticas da direita brasileira.

“O governo não quer ver essas gangues criminosas como terroristas, como a direita quer no Brasil”, disse Yanakiew. “Portanto, esta é uma discussão contínua agora.”

Grupos de direitos humanos também questionam o momento dessas operações policiais em grande escala no Brasil; Isso não é incomum antes de grandes eventos internacionais.

Na próxima semana, o Rio de Janeiro sediará a C40 World Mayors Summit e o Prêmio Earthshot do Príncipe William, que reconhece conquistas ambientais.

Espera-se que o Brasil hospede líderes mundiais na cúpula climática das Nações Unidas, COP30, que será realizada em Belém, na Amazônia, a partir de 10 de novembro.

Enlace de origen