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O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro apelou da sentença de 27 anos de prisão

RIO DE JANEIRO– Os advogados do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro apelaram para a redução de sua pena de prisão por tentativa de golpe após sua derrota eleitoral em 2022.

Os juízes consideraram Bolsonaro culpado de tentar derrubar a democracia em setembro e o condenaram a 27 anos e três meses de prisão. Ele está em prisão domiciliar desde agosto.

No documento de 85 páginas enviado à Suprema Corte na segunda-feira e compartilhado com a Associated Press na terça-feira, os advogados disseram que a condenação e a sentença levaram a “injustiças profundas”.

Os advogados argumentaram que houve “ambiguidades, deficiências, contradições e ambiguidades” na decisão do tribunal.

Bolsonaro negou irregularidades. Ele foi condenado por tentativa de golpe depois de perder a disputa de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma conspiração que os promotores alegam incluir planos para matar Lula. Foi considerado culpado de outras acusações, incluindo participação numa organização criminosa armada e tentativa de derrubar o Estado democrático de direito por meios violentos.

No seu recurso, os advogados argumentaram que Bolsonaro não deveria ser condenado tanto por encenar um golpe como por tentar derrubar a democracia por meios violentos, alegando que as duas acusações se sobrepõem e, portanto, as sentenças cumulativas são injustas.

Eles também citaram o juiz Luiz Fux, a única pessoa a votar contra o painel de cinco juízes que condenou Bolsonaro, e argumentaram que mesmo que Bolsonaro tivesse tentado um golpe, ele “interrompeu deliberadamente o curso dos acontecimentos” e não o fez.

Os advogados apresentaram pedidos de esclarecimentos com o objetivo de corrigir, e não alterar, falha na fundamentação da decisão.

João Pedro Pádua, professor de direito da Universidade Federal Fluminense, disse que é improvável que tal recurso reduza a sentença de Bolsonaro.

Para interpor um recurso que possa alterar significativamente a decisão, o Supremo Tribunal geralmente exige pelo menos dois votos divergentes.

Não há limite de petições de esclarecimentos que podem ser apresentadas, mas o Supremo Tribunal pode considerar petições consecutivas como uma tentativa de atrasar a decisão final.

Pádua disse que tal estratégia era “arriscada” para os advogados de Bolsonaro porque eles “poderiam dar ao Supremo uma desculpa para finalizar imediatamente a decisão”.

O Supremo Tribunal disse na terça-feira que outros sete assessores próximos, juntamente com Bolsonaro, foram condenados, e todos, exceto Mauro Cid, que assinou um acordo judicial, apelaram.

O tribunal acrescentou que os juízes decidirão sobre as objeções entre 7 e 14 de novembro.

Bolsonaro só começará a cumprir a pena após concluídas as impugnações.

O julgamento ganhou as manchetes em todo o mundo. O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, abordando em parte o que Bolsonaro chamou de “caça às bruxas”.

Isto desencadeou uma acentuada deterioração nas relações entre os EUA e o Brasil, que os especialistas descrevem como o ponto mais baixo dos seus mais de 200 anos de história.

Os relacionamentos melhoraram. Lula e Trump conversaram por telefone e depois se encontraram na cúpula da ASEAN, na Malásia, no fim de semana passado.

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