NAIROBI, Quênia – NAIROBI, Quénia (AP) – O funeral do antigo primeiro-ministro do Quénia, Raila Odinga, continua na sua casa rural sob forte segurança, após violência mortal na capital durante a cerimónia.
Campeão da democracia, Odinga será homenageado com todas as honras militares, bem como com cerimónias tradicionais, quando for enterrado ao lado do seu pai, Jaramogi, que lutou pela independência do Quénia e se tornou o primeiro vice-presidente do país.
Milhares de quenianos e dignitários de toda a África assistem ao último funeral de um homem descrito como um “altruísta pan-africanista”.
Odinga, 80 anos, morreu na Índia na quarta-feira e o seu corpo foi recebido por milhares de pessoas na capital do Quénia, Nairobi, na quinta-feira. Quatro eventos públicos com a participação de milhares de pessoas em luto foram realizados nos últimos três dias, deixando cinco mortos e centenas de feridos na debandada.
Embora Odinga nunca tenha tido sucesso nas suas cinco campanhas para presidente, celebrou acordos políticos com três presidentes à medida que as tensões aumentavam após as eleições.
O presidente William Ruto disse na sexta-feira que Odinga o ajudou a “estabilizar o país” na sequência de um acordo político assinado em Março deste ano, após meses de protestos antigovernamentais em que jovens quenianos atacaram e queimaram partes dos edifícios do parlamento.
Odinga não conseguiu concorrer à presidência da União Africana, mas já mediou impasses políticos no continente.
O antigo vice-presidente da UA, Erastus Mwencha, disse que a influência de Odinga era de todo o continente.
“Vejo-o como um daqueles que lutaram pela segunda libertação”, disse, acrescentando que alguns países africanos ainda lutam pela democracia.
Odinga desempenhou um papel fundamental na revisão constitucional enquanto era primeiro-ministro em 2010.
Desde a sua morte, dezenas de líderes mundiais elogiaram a sua capacidade de estadista.
Os sobreviventes de Odinga incluem sua esposa Ida e os filhos Rosemary, Raila Junior e Winnie.



