Um projeto de regulamento aprovado pelos ministros da energia da União Europeia eliminará gradualmente os contratos de importação russos até janeiro de 2028.
Lançado em 20 de outubro de 2025
Os países da União Europeia concordaram em suspender as importações russas de petróleo e gás até 2028, rompendo as ligações energéticas que temem que possam alimentar a guerra de Moscovo na Ucrânia.
Quase todos os ministros da energia da UE votaram a favor do projecto de regulamento, que se aplica tanto ao petróleo oleoduto como ao gás natural liquefeito (GNL), numa reunião no Luxemburgo, na segunda-feira.
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Os membros da UE terão de eliminar gradualmente os novos contratos de importação de gás russo a partir de Janeiro de 2026, os contratos de curto prazo existentes a partir de Junho de 2026 e os contratos de longo prazo a partir de Janeiro de 2028.
A proposta precisa agora de ser aprovada pelo Parlamento Europeu e espera-se que também seja aprovada por lá.
O plano faz parte de uma estratégia mais ampla da UE para reduzir a dependência energética da Rússia em meio à guerra na Ucrânia e surge depois dos persistentes apelos do presidente dos EUA, Donald Trump, aos Estados europeus para que parem de “financiar a guerra contra eles”.
‘Ainda não’
O Ministro da Energia dinamarquês, Lars Aagaard, descreveu a proposta como um passo “importante” para tornar a Europa independente em termos energéticos.
“Embora tenhamos trabalhado arduamente e nos esforçado para remover o gás e o petróleo russos da Europa nos últimos anos, ainda não chegámos lá”, disse Aagaard. O seu país detém atualmente a presidência rotativa da UE.
A UE reduziu as importações de petróleo da Rússia para apenas 3% da sua quota total, mas o gás russo ainda representa 13% das importações de gás, representando mais de 15 mil milhões de euros (17,5 mil milhões de dólares) anualmente, de acordo com o Conselho Europeu.
No entanto, estas compras representam uma percentagem relativamente pequena das exportações globais de combustíveis fósseis da Rússia, destinando-se principalmente à China, à Índia e à Turquia, de acordo com o Centro de Investigação sobre Energia e Ar Limpo.
Os países da UE que mais importam energia da Rússia são a Hungria e a Eslováquia, seguidos da França, dos Países Baixos e da Bélgica.
A Hungria e a Eslováquia, que estão diplomaticamente mais próximas de Moscovo, opuseram-se à mais recente iniciativa da UE, mas só precisava de uma maioria ponderada de 15 países para ser aprovada, o que significa que não podiam bloqueá-la.
“O verdadeiro impacto desta regulamentação será o desaparecimento do nosso fornecimento seguro de energia na Hungria”, disse o principal diplomata de Budapeste, Peter Szijjarto, segundo a agência de notícias AFP.
O texto aprovado na segunda-feira permitiu certas flexibilidades para os Estados-membros sem litoral, incluindo a Hungria e a Eslováquia.
Além das restrições comerciais, a UE está a negociar um novo pacote de sanções contra a Rússia que proibiria as importações de GNL um ano antes, a partir de Janeiro de 2027.
A alta representante da UE para as relações exteriores, Kaja Kallas, disse na segunda-feira que o novo pacote de sanções poderia ser aprovado já esta semana.



